segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

BILBOQUÊ




Pouco conhecido. Principalmente para os menores de 30 anos. Temos no contexto histórico que:
Bilboquê: originário há cerca de 400 anos, na França, foi um dos brinquedos favorito do rei Henrique III. Consiste em duas peças: uma bola com um furo e um pequeno bastão, presos um ao outro por um cordão. O jogador deve lançar a bola para o alto e tentar encaixá-la na parte mais fina do bastão. (fonte:www.desenvolvimentoeducacional.com.br).
Mais do que um brinquedo, Bilboquê é o nome de uma cidade, localizada a noroeste da pacata estância de Nhambu Mor. Chamada originalmente de Anthero Lontras, foi rebatizada devido ao número desproporcional de habitantes que fizeram do bilboquê a razão de suas vidas, dedicando-se ao artefato em tempo integral (incluindo-se aí os intervalos para as necessidades fisiológicas).
A tradição se mantém até hoje, ganhando novos e habilidosos adeptos. Nem bem raia o dia na cidade e já se ouvem os toc-tocs dos pinos tentando encaixar nas bolas. Uma distinção semântica se faz necessária: os naturais do vilarejo são denominados bilboquenses, os praticantes são os bilboqueiros e as garotas de torcida, que vibram nos campeonatos da modalidade, são, com todo respeito, as populares bilboquetes.
Bilboqueia-se o tempo todo, em cada esquina, nas salas de aula e nos recreios de todas as escolas, nos guichês da prefeitura e até mesmo nos velórios, onde não raro o defunto segura na mão esquerda a esfera de madeira e na direita o pino de encaixe. Reza a lenda que certo pároco da matriz, adepto fervoroso e compulsivo, foi excomungado pelo bispo de então por manter-se bilboqueando na hora da consagração das hóstias. Assim, desse incessante bilboquear fez-se o encanto e a vocação turística do município. Nos meses de alta temporada, legiões de visitantes tomam a cidadezinha. Muitos em busca de aprimoramento na prática, outros atraídos pelo matraquear das madeiras batendo - tido como um sonífero poderoso e um verdadeiro bálsamo para os workaholics das grandes metrópoles.
Não tardou para que a fama do efeito tranquilizante do brinquedo se espalhasse e trouxesse novos investimentos. Em 1976, um discípulo do Maharishi Mahesh Yogi fundou, em aprazível colina da zona rural de Bilboquê, o Centro de Meditação Transcendental Bilboquética. Lá se reúnem, em posição de lótus, milhares de praticantes meditativos que encontram no manuseio do bilboquê um mantra dos mais eficazes e um atalho para o nirvana.
No dia 12 de junho, manda a tradição que os namorados presenteiem as moças não com buquês, mas com bilboquês de flores. É quando os mesmos ganham as mais graciosas e criativas estampas florais, que vão das margaridinha do campo às orquídeas.
À noite, acasalam-se machos e fêmeas nativos para se dedicarem ao ofício da preservação da espécie - o que não deixa de assemelhar-se a um bilboquê carnal. Mudam, porém, os ruidos, e os caracteristicos toc-tocs dão lugar a outras e mais sensuais onomatopéias.
Com adaptações.

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